segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Projecto/Estágio

Projecto/Estágio


A nossa vida é feita de escolhas. Normalmente, temos sempre em mente duas opções, dois caminhos, «sigo por ali ou sigo por ali?». Quando chegamos ao 10ºano é-nos dado a escolher um agrupamento. «Hmmm… Artes ou Humanidades? Artes, vá.». Chegamos ao 12º e é-nos pedido novamente que especifiquemos ainda mais o caminho que queremos seguir, encurtando ainda mais a generalidade de opções futuras. «Arquitectura? Não, arquitectura, não. Tem pouca cor, muito geometrismo, não sentimos a matéria do objecto final. Cinema? Psicologia? Pintura? Jornalismo? Educação? Teatro? Multimédia? Design de Moda? Fotografia? Design de Comunicação? Design de Comunicação. Poderá abranger um bocadinho de tudo isso, o que será uma mais-valia». E optamos. Poderíamos ter optado por qualquer coisa mas a nossa decisão é sempre acertada, contudo fica um bocadinho de nós de cada uma dessas opções que lançamos para o ar porque nos pertencem, pertencem ao nosso imaginário, fazem parte das nossas apetências, aquilo que faz os nossos olhos brilhar e o nosso coração bater.

Chegado aqui, o curso está a ser concluído, embora o nosso percurso e imaginário continue a ser construído, já sabemos melhor o que queremos, não que antes não soubéssemos, mas aprendemos a chamar as coisas pelos nomes, e já sabemos se o sitio que encontramos é mais para oeste ou mais para este.

Neste caso o meu continua com a presença de todas as escolhas que ficaram para trás, e quando fui descobrindo opções profissionais e a pensar, agora que o curso tem menos um ano e antecipamos a responsabilidade e as preocupações que daí advêm de agir na sociedade enquanto profissionais, reforcei o pensamento que o meu caminho são os meios audiovisuais, o vídeo, a multimédia, a televisão, ainda que com a presença forte da fotografia, da ilustração, da representação, e do design gráfico.

Surgiu a oportunidade de ir estagiar para um canal de televisão ainda em desenvolvimento, em que os grafismos para programas e separadores ainda vão sendo construídos, pertencente à tvtel e que abre em finais de Fevereiro, a mvmtv, «moda, vídeo e música», http://www.mvmtv.net/, um canal direccionado para uma camada jovem e constituído por uma equipa nas mesmas condições, em que nos é dada muita autonomia e liberdade criativa para tratar os temas estipulados, e para desenvolver algumas ideias nossas. Favorece o desenvolvimento da minha técnica e entendimento do como trabalhar em televisão e o funcionamento e interligação das várias áreas, assim como o refinar e melhor descoberta da minha estética e do meu caminho.

Já tenho estado por lá, desde que acabaram as aulas, requeria agora que fosse estabelecido um protocolo por parte da faculdade, e a atribuição de um professor orientador do estágio, que na minha opinião deveria ser da área de vídeo.

Outra das minhas opções, que gostaria de saber se seria viável aliar ao meu estágio, era o desenvolvimento de um documentário, paralelamente, aproveitando as condições e orientações que a faculdade poderia fornecer antes de acabar o curso, em que poderia ter apoios de outras instituições que tenho em vista, já que a minha formação em vídeo, apesar de uma ou outra formação realizadas fora das actividades lectivas, acabou por ficar incompleta, visto que em vez de dois anos de cine-vídeo, que nos eram prometidos quando escolhemos o curso e a entidade, acabei por ter um semestre de Laboratório de Vídeo, disciplina equivalente.

A propósito de um workshop que realizei sobre Documentário, no âmbito do Ovarvídeo, orientado por Miguel Marques ficou o desafio e a vontade de explorar uma ideia que lá expus. A temática do documentário é a exclusão social. Numa cidade em que se vão gerando aglomerados populacionais, como o caso da cidade Cooperativa da Prelada onde habito desde os nove anos de idade, caso esse que aglomera várias classes sociais, a classe média, habitações de luxo, pessoas com mais dificuldades, e que é circundada por três bairros sociais próximos, Ramalde do Meio, Francos e Viso. Enquanto jovens, acaba-se por se estabelecer um contacto entre todos, contacto esse que os adultos nunca quiseram para si ou para os seus e tentam sempre combater, e que não é um dado negativo, pelo contrário, há uma troca entre todos, que agora que passaram tantos anos, e vemos tantos jovens que seguiram caminhos diferentes ficou algo de benéfico para todos e que é notório na vida de cada um, e há-de continuar assim com as gerações vindouras.

O motivo do documentário é o desaparecimento de um campo de jogos, local de reunião de jovens, que foi retirado do dia para a noite, há uns anos sem explicação sonora.

Bárbara Veiga

Um comentário:

francisco carvalho disse...

Bem-vinda, miúda!
Estou contentíssimo de te ver por aqui. E - como dizê-lo? - é bom estar a ver-te assim crescer.
A partir de agora, vou seguir-te atentamente. E virei com mais calma para ler/ver todo o blogue, sentir o pulsar das tuas emoções e ideias, incentivar os teus projectos.
Tudo de bom para ti.

Beijinhos,
Francisco